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O diário de Anne Frank

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O Diário de Anne Frank é um daqueles clássicos obrigatórios! Anne é uma menina judia que vive na Holanda e ganha um diário no seu aniversário de 13 anos, já em meio à Segunda Guerra Mundial. Pouco depois, ela e a família vão para o Anexo Secreto, onde se escondem da perseguição alemã com outros quatro amigos. O local pertence ao escritório onde o pai de Anne trabalhava e ali recebem ajuda de alguns funcionários que levam suprimentos e informações sobre o que acontece do lado de fora. Li a edição mais completa, com todos os trechos omitidos em publicações anteriores, inclusive aqueles em que a Anne fala sobre seu relacionamento conflituoso com a mãe e uma passagem que sugere um possível interesse homossexual. Anne demonstra em diversos momentos o quanto o diário é seu refúgio, ali ela sente-se livre para expressar seus sentimentos e ser ela mesma. A escrita revela-se como mais uma fuga. Durante a leitura é muito fácil esquecer que quem escreve aquelas entradas é uma menina dos treze ao

"A persistência é o caminho do êxito", será?

"A persistência é o caminho do êxito" é uma frase que me acompanhou por muitos anos. Esses dias precisei da minha luminária de mesa e lá estava ela, colada num post-it amarelo nos tempos de concurseira. E, pela primeira vez, ela já não tem mais o mesmo significado. E fiquei pensando muito sobre o equilíbrio entre persistir e simplesmente desistir, deixar ir. Acredito que nessa loucura em que vivemos de produtividade a qualquer custo e busca por resultados notáveis, acabamos nos perdendo, inclusive de nós mesmos. Passei por isso enquanto acreditei que apenas a persistência me levaria ao êxito. Ao contrário do que nos fazem pensar, desistir ou mudar de rota pode ser o verdadeiro caminho para o sucesso, para a felicidade. E ter a ousadia de virar uma página que está causando sofrimento pode ser ainda mais desafiador que persistir na zona de desconforto. Pode soar como um texto motivacional, mas gostaria de registrar que se a persistência nos maltrata e nos perdemos, precisamos c

Me chame pelo seu nome, André Aciman

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Me chame pelo seu nome , de André Acimar, é um romance visceral, daqueles que nos tiram o ar e nos fazem devorar as páginas. Foi assim que li a obra que inspirou o filme homônimo, em apenas um final de semana, ansiando pelo desenrolar do desejo e solução da tensão sexual entre os personagens. Todo verão o pai de Elio recebe um acadêmico em sua casa de praia a fim de proporcionar um ambiente agradável e auxiliá-lo em seus textos. Elio não tinha qualquer expectativa quanto ao hóspede daquele ano, pelo contrário, já se ressentia por ceder seu quarto mais uma vez. No entanto, assim que Oliver chega, um ar de mistério e curiosidade se instaura. As conversas curtas e abruptamente interrompidas só fazem o adolescente de 17 anos se interessar ainda mais pelo jovem filósofo. Com uma escrita poética e profunda, a história ambientada na Riviera Italiana traz uma mistura de sentimentos: expectativa, ansiedade, amor, paixão, desejo, dúvidas, medos...todas as sensações que povoam mente e c

Cem anos de solidão, Gabriel García Márquez

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Obra prima, digna de uma salva de palmas. Essa é a minha definição para o clássico Cem anos de solidão , de Gabriel García Márquez. E foi assim que concluí a leitura, aplaudindo a obra. Diferentemente do que a maioria das pessoas diz, o meu encanto não se deu pela introdução, mas pela conclusão do livro, tão bem amarrado, fechando um verdadeiro ciclo. Senti de que todos aqueles anos narrados ficaram de fato guardados naquelas páginas, todos eles, do início ao fim. Cem anos de solidão conta a história de várias gerações dos Buendía, uma família de retirantes que funda o povoado de Macondo e lá se estabelece, numa referência ao próprio Êxodo. Há outras passagens que lembram episódios bíblicos, como a ascensão da Virgem Maria aos Céus. No entanto, o livro é reconhecido, principalmente, pelo realismo fantástico que García Márquez explora com passagens que eu chamo de muitcho loucas, como um surto de insônia que acomete os moradores da cidade e uma chuva que se estende por anos.

Comece pelo porrquê, Simon Sinek

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Nunca tinha ouvido falar em Comece pelo porquê , de Simon Sinek, até o título aparecer na lista do Clube do Livro do trabalho. E lá fui eu me aventurar! O título já diz muito sobre a principal mensagem que o autor procura transmitir e me lembrou o conceito de propósito . Quando o seu porquê, o motivo pelo qual você abre um negócio ou defende uma causa é claro, as chances de ter sucesso e sustentá-lo ao longo do tempo se ampliam. Para defender sua teoria, Simon utiliza exemplos de grandes empresas como Apple e Microsoft e do líder Martin Luther King. Traz histórias interessantes de bastidores e faz um estudo detalhado a fim de demonstrar e justificar o que os levou a serem bem sucedidos em comparação a outras corporações notadamente promissoras, mas que acabaram se perdendo no meio do caminho. Segundo o autor, é comum que as empresas e seus líderes concentrem-se especialmente no QUÊ e COMO e esquecem-se do PORQUÊ, no qual deveriam residir as bases para um desenvolvimento sóli

O Jardim Secreto, Frances Hodgson Burnett

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Em tempos de distanciamento social, O Jardim Secreto , de Frances Burnett, é um livro leve e fluido para manter o hábito da leitura e relaxar em meio ao caos dessa pandemia. Apesar de ser um clássico, inclusive com adaptação para o cinema, não conhecia o livro infantil. Baixei o ebook disponibilizado gratuitamente pela Amazon e comecei a ler despretensiosamente e que surpresa boa! Mary Lennox é um menina de dez anos mimada, ranzinza e sempre mal humorada criada na Índia inglesa. Mesmo antes de se tornar órfã após a epidemia de cólera que afeta o país, Mary já vivia abandonada, sendo criada por uma aia que fazia todas as suas vontades e cedia às suas ordens. Ao perder a família, a menina é enviada para a mansão de seu tio, senhor Craven, na Inglaterra. A princípio, o ambiente por lá não era tão diferente, já que o tio também era muito ausente, embora provesse o necessário à menina. A criada Marta logo começou a ensiná-la a se vestir e tagarelava as maravilhas da charneca (cam

Minha História, Michelle Obama

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Minha História , de Michelle Obama é um livro-manifesto. Um manifesto em favor da mulher, do negro, do exercício da cidadania através do voto, da educação e, principalmente, das portas abertas e nosso dever de, ao abri-las, ajudar outras pessoas a passarem por elas. O livro é uma autobiografia da ex-primeira-dama dos EUA narrada de forma cronológica, desde a sua infância, passando pelas universidades de Harvard e Princeton, até o fim do segundo mandato de Barack Obama. Sua escrita é fluida e muito envolvente, é política sem ser cansativa. Um dos aspectos de sua vida que mais me chamou a atenção foi o fato de que tanto ela quanto Obama já participavam de projetos sociais e políticos desde de muito jovens, anos antes de serem o conhecido casal que chegou à Casa Branca. A residência e seu funcionamento são um capítulo à parte. Foi muito interessante conhecer um pouco dos bastidores da família, todos os esquemas de segurança e protocolos que regiam cada passo. Para Michelle, ess