Bom dia pra você também!

Não é de hoje que faço questão de cumprimentar motorista e cobrador todas vezes que embarco nos ônibus. E também não é de hoje que 80% das vezes não obtenho resposta. Dos 20% restantes, 15% correspondem aos que fazem um leve aceno de cabeça e os outros 5%, esses sim, respondem à minha saudação.

Houve uma época em que desisti de ser educada, era ofensivo "ficar no vácuo". Mas depois retomei meus bons dias, boas tardes e noites. Não tenho culpa da falta de educação deles, não é mesmo? Rotina estressante e problemas fazem parte da vida de qualquer ser humano do século XXI e são esses pequenos gestos, ou melhor, a ausência deles, que atrasam o nosso país.

Hoje tive vergonha alheia porque frente a frente com a cobradora, pronunciei um sonoro bom dia e ela não demonstrou qualquer tipo de emoção. Engraçado que eu fiquei super sem graça, por ela. Afinal eu não tinha motivo para me sentir assim. Se eu fosse um dos passageiros que já estavam no interior do ônibus me sentiria da mesma maneira. Pensei em repetir, fingindo imaginar que ela talvez não tivesse me ouvido, mas deixei pra lá. Se ela estava infeliz ali, de certa forma eu também estava porque referia minha cama a pegar o busão e nem ter resposta para um simples bom dia.

Há algumas semanas, estava eu distribuindo meu bom dia quando o cobrador respondeu em alto e bom som, com um sorriso no rosto e ainda acrescentou um "tudo bem?". Quando o passageiro era idoso ele repetia "se segura viu, por favor, cuidado!". Já quase no ponto final ele levantou de sua cadeira e para minha surpresa ele não tinha uma das pernas. Que bela lição! Sua deficiência não tirou sua educação e bom humor, tagarelava o tempo todo.

Há mais tempo ainda, entrei num ônibus e fui surpreendida com o bom dia do motorista! (Esse dado se insere no percentual da margem de erro de 0,000001 para mais ou para menos.) O danadinho foi mais rápido que eu! E o resultado? Era o comentário dentro do ônibus. Todo passageiro que entrava fazia uma observação sobre o comportamento atípico do motô. Viajei com um sorriso no rosto.

Quando digo que essas pequenas coisas fazem a diferença, é verdade. Não adianta os cariocas serem simpáticos apenas com os gringos para manter a boa fama se não são capazes de tratar com educação e cortesia seus conterrâneos. Não adianta reclamar do mensalão e dar dinheiro para o guarda na blitz ou para o funcionário do Detran liberar seu carro, isso também é corrupção.

Você não precisa fazer amizade na rua ou estar de bom humor todos os dias, basta ter o mínimo de educação e bom senso.

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