Filme: Ela (Her)
Não tenho o hábito de assistir filmes, mas um professor indicou Ela (Her) e depois de ver o trailer fiquei bem curiosa. O longa ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original ano passado e recebeu indicações para vários outros prêmios. A história problematiza as relações do homem com as novas tecnologias e o papel que elas ocupam em nossas vidas.
No filme, há um mistura de elementos do passado e futuro. Vive-se em uma realidade futurística, com videogames supermodernos, telefone celular que cabe no ouvido e conversa com o usuário. Ao mesmo tempo, o figurino e caracterização dos personagens remete à década de 70, calça de cintura bem alta e bigodes. Contradições.
O personagem principal é Theodore (Joaquin Phoenix), um escritor solitário que começa a se relacionar com Samantha (Scarlett Johansson), um Sistema Operacional. O roteiro traz para as cenas uma verdadeira reflexão entre real e virtual, sobre os limites (ou a falta deles) quando o assunto é tecnologia e de que forma nos relacionamos com tudo o que as novas possibilidades virtuais nos apresentam.
Tem um quê de comédia, drama e romance. Mas é interessante ver que existem barreiras intransponíveis entre o humano e o cibernético. Diante do grande afluxo de informações que nos bombardeiam diariamente, somadas às inovações que instigam nossa curiosidade por experimentação, muito do que temos de mais particular a nossa condição humana se perde.
Quando um sistema operacional promete oferecer sensibilidade (praticamente humana), rapidamente milhares de pessoas aderem à nova tecnologia e se realizam com ela. No entanto, o mais surpreendente é que tudo o que a máquina supre está dentro de cada indivíduo ou em suas relações com seus pares, embora talvez nunca tenham notado.
Filme recomendadíssimo! Esse tipo de reflexão é muito importante seja por sua atualidade, complexidade ou impacto social. Pensando nisso, há alguns meses escrevi um post exatamente sobre como nos relacionamos com a tecnologia, o quanto ela é importante, mas também pode nos isolar do restante do mundo e fragilizar as relações humanas.
Logo depois de assistir ao filme li: "Às vezes o nosso vazio só se preenche com um pouco mais de nós mesmos" (Lucão). Foi mais ou menos isso que Theodore aprendeu.
Muito interessante, vou conferir
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