Quem me roubou de mim?
Quem me roubou de mim? é um livro do padre Fábio de Melo. Além das músicas belíssimas e livros publicados, o padre tem um programa chamado Direção Espiritual na Canção Nova, às quartas-feiras, às 22h. Nele, o sacerdote cita o livro e responde com muita sabedoria mensagens dos fiéis. Gosto muito do carinho dele ao falar sobre assuntos delicados, da forma como escolhe as palavras e do quanto entende as angústias do ser humano.
Animada com a temática do livro, não consegui esperar minha prima acabar de ler para me emprestar e comprei meu exemplar. A leitura é bastante densa, terminei com a certeza de que preciso reler!
Em Quem me roubou de mim?, padre Fábio fala sobre os temas do subtítulo: O sequestro da subjetividade e o desafio de ser pessoa. Como título e subtítulo sugerem, somos conduzidos por um tema árido e subjetivo, nos deparamos com conceitos da psicologia e filosofia, das ciências humanas e sociais. Acredito que esse mergulho poderia ser facilitado com uma linguagem mais acessível, que aproximasse qualquer pessoa dos assuntos ali tratados. O discurso bastante formal pode criar um distanciamento do leitor.
O autor faz um paralelo entre o sequestro do corpo físico e o sequestro da subjetividade, traçando comparações que nos permitem compreender que em ambos somos retirados de nossa zona de conforto, mas, no segundo caso, nos afastamos da nossa essência, de quem somos.
"O sequestro da subjetividade se refere a outra forma de afastamento. Neste caso, a privação mais danosa é a que sofremos de nós mesmos. Estamos falando de um vínculo que mina nossa capacidade de ser quem somos, de pensar por nós mesmos, de exercer nossa autonomia, de tomar decisões e exercer nossa liberdade de escolha. Trata-se de um roubo silencioso que nos leva de nós".
Ao longo do livro, o padre traz algumas histórias que exemplificam o sequestro da subjetividade e ilustram como acontece e qual a sua repercussão. Em alguns momentos, parece retroceder justamente quando queremos que a leitura avance, mas as "paradas" são necessárias para elucidar conceitos que facilitam o entendimento das reflexões seguintes.
Para explorar a concepção de ser pessoa, o autor parte da compreensão da Antropologia teológica cristã que apresenta dois pilares: ser pessoa consiste em dispor de si para depois estar disponível. Ao apresentar esse conceito, ele aprofunda ainda mais a ideia de que precisamos nos conhecer, nos possuir, para depois nos relacionarmos de forma produtiva. Se a pessoa com a qual nos relacionamos não nos faz melhores ou nos afasta de quem somos, podemos ter nossa subjetividade sequestrada.
"(...) e até o mais frágil de todos é capaz de roubar-nos luz. Fora da luz, nossa identidade, isto é, esquecidos de nós mesmos, somos presas frágeis diante dos promotores do caos".
O livro é bom, com a ressalva da linguagem. Se uma pessoa não se vê roubada e precisa elucidar o relacionamento danoso que tem vivido, o livro pode não cumprir o seu papel pela barreira do texto bastante formal. Insista e, se necessário, considere uma releitura.

Em Quem me roubou de mim?, padre Fábio fala sobre os temas do subtítulo: O sequestro da subjetividade e o desafio de ser pessoa. Como título e subtítulo sugerem, somos conduzidos por um tema árido e subjetivo, nos deparamos com conceitos da psicologia e filosofia, das ciências humanas e sociais. Acredito que esse mergulho poderia ser facilitado com uma linguagem mais acessível, que aproximasse qualquer pessoa dos assuntos ali tratados. O discurso bastante formal pode criar um distanciamento do leitor.
O autor faz um paralelo entre o sequestro do corpo físico e o sequestro da subjetividade, traçando comparações que nos permitem compreender que em ambos somos retirados de nossa zona de conforto, mas, no segundo caso, nos afastamos da nossa essência, de quem somos.
"O sequestro da subjetividade se refere a outra forma de afastamento. Neste caso, a privação mais danosa é a que sofremos de nós mesmos. Estamos falando de um vínculo que mina nossa capacidade de ser quem somos, de pensar por nós mesmos, de exercer nossa autonomia, de tomar decisões e exercer nossa liberdade de escolha. Trata-se de um roubo silencioso que nos leva de nós".
Ao longo do livro, o padre traz algumas histórias que exemplificam o sequestro da subjetividade e ilustram como acontece e qual a sua repercussão. Em alguns momentos, parece retroceder justamente quando queremos que a leitura avance, mas as "paradas" são necessárias para elucidar conceitos que facilitam o entendimento das reflexões seguintes.
Para explorar a concepção de ser pessoa, o autor parte da compreensão da Antropologia teológica cristã que apresenta dois pilares: ser pessoa consiste em dispor de si para depois estar disponível. Ao apresentar esse conceito, ele aprofunda ainda mais a ideia de que precisamos nos conhecer, nos possuir, para depois nos relacionarmos de forma produtiva. Se a pessoa com a qual nos relacionamos não nos faz melhores ou nos afasta de quem somos, podemos ter nossa subjetividade sequestrada.
"(...) e até o mais frágil de todos é capaz de roubar-nos luz. Fora da luz, nossa identidade, isto é, esquecidos de nós mesmos, somos presas frágeis diante dos promotores do caos".
O livro é bom, com a ressalva da linguagem. Se uma pessoa não se vê roubada e precisa elucidar o relacionamento danoso que tem vivido, o livro pode não cumprir o seu papel pela barreira do texto bastante formal. Insista e, se necessário, considere uma releitura.
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