1968 - O ano que não terminou, Zuenir Ventura
1968 - O ano que não terminou foi um livro que me demandou muito. Essa leitura teve início há alguns anos, abandonei e em 2019 o resgatei para ler do zero. A obra de Zuenir Ventura dedica-se ao ano de 1968, desde a virada e festa de Ano Novo, passando por diversos acontecimentos emblemáticos que entrariam para a História do país. Alguns deles são a morte do estudante Edson Luis, a passeata dos 100 mil, diversos conflitos entre estudantes e intelectuais e o sistema ditatorial, o AI-5, a censura e o endurecimento do regime.
O livro é muito denso, nitidamente resultado de um excelente trabalho de pesquisa, são muitos nomes, tramas. Confesso ter me perdido em diversos momentos e achei a narrativa pesada, para mim não fluiu, foi uma experiência de leitura bastante fragmentada. No entanto, ainda assim, excelente, de uma riqueza de detalhes, histórias e bastidores que revelam os sentimentos que permeavam a época, embate, tristeza, revolta, medo, esperança, luta.
Não poderia deixar de citar a atualidade de muitas passagens! De fato, 1968 foi o ano que não terminou. Ver que tantos pensamentos, medidas governamentais e ideologias persistem e/ou foram retomadas pode nos deixar sem esperança. Mas, assim como naquele ano, ainda hoje temos quem lute, acredite e realmente esteja disposto a promover as mudanças necessárias para que essa era tenha fim. Que sejamos a força da mudança!
"A geração de 68 talvez tenha sido a última geração literária do Brasil_pelo menos no sentido em que seu aprendizado intelectual e sua percepção estética foram forjados pela leitura. Foi criada lendo, pode-se dizer, mais do que vendo."
O livro é muito denso, nitidamente resultado de um excelente trabalho de pesquisa, são muitos nomes, tramas. Confesso ter me perdido em diversos momentos e achei a narrativa pesada, para mim não fluiu, foi uma experiência de leitura bastante fragmentada. No entanto, ainda assim, excelente, de uma riqueza de detalhes, histórias e bastidores que revelam os sentimentos que permeavam a época, embate, tristeza, revolta, medo, esperança, luta.
"Pessoal: a gente é a favor da violência quando ela é aplicada para fins maiores. No momento, ninguém deve usar a força contra a polícia pois a violência é própria das autoridades, que tentam, por todos os meios, calor o povo."
"A impunidade deixaria assim de ser agravante para ser absolvição."
Não poderia deixar de citar a atualidade de muitas passagens! De fato, 1968 foi o ano que não terminou. Ver que tantos pensamentos, medidas governamentais e ideologias persistem e/ou foram retomadas pode nos deixar sem esperança. Mas, assim como naquele ano, ainda hoje temos quem lute, acredite e realmente esteja disposto a promover as mudanças necessárias para que essa era tenha fim. Que sejamos a força da mudança!
"Podia-se fingir ali qualquer reação, menos ingenuidade. Todos sabiam que aquele ato significava o início de uma ditadura explícita e declarada cujos efeitos eram óbvios."
"(...) o AI-5 estava sendo editado não para proteger inocentes, mas para transformá-los em suspeitos ou culpados."
"1968 entrava para a História, se não como exemplo, pelo menos como lição."
"(...) o AI-5 estava sendo editado não para proteger inocentes, mas para transformá-los em suspeitos ou culpados."
"1968 entrava para a História, se não como exemplo, pelo menos como lição."
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