Nos meus rascunhos...
Esse texto é do dia 03/10/2013. Estava nos meus rascunhos de email por ser muito íntimo, mas percebi que não tenho porque não publicá-lo. É sobre a emoção pura e sincera de uma neta.
***
Meu avô tem câncer. E não é de hoje. A doença foi descoberta em 2007 se não me engano. E quem leu o diagnóstico pela primeira vez foi minha mãe, a filha. Agora imagina o que é dar uma notícia dessas para o seu próprio pai. Foi preciso medir palavras, pesar as frases a serem ditas e conter a emoção. Mas as palavras precisam ser ditas sempre (ou quase sempre).
Logo o meu avô, o Seu Manuel, tão forte e jovial. Não aparentava a idade que tinha seja pela sua força ou pelos cabelos pretinhos, no auge dos seus 70 e alguma coisa. Logo o meu avô, sisudo e sério. Eu tinha medo dele quando pequena, mas conforme fui crescendo, aquele carinho de neta cresceu junto. Afinal, como não admirar um feirante que criou duas filhas, que as viu crescer, se formarem, casarem e terem filhos. Que está vendo seus netos crescerem e irem pelo mesmo caminho, caminhos corretos, de bem. Mas a doença (seja ela qual for) não escolhe seus "alvos". Infelizmente.
Ao longo de mais ou menos 5 anos, o câncer não influenciou em nada em nossas vidas e muito pouco na do meu avô. Ele fez radioterapia e depois hormonioterapia e tudo estava sob controle, doença devidamente controlada e atividades normais. Quem se lembrava que ela estava lá? Ninguém. Seu Manuel subia em árvores, plantava e colhia, dirigia com seus 80 anos. Tinha gente que nem acreditava. E seus cabelos? Pretos.
De repente, o tal do câncer ressurgiu, violento. De um jeito que não conhecíamos. Aquela doença não parecia mais silenciosa, ela fez questão de gritar em nossos ouvidos que estava bem ali. E em mais alguns lugares. Meu avô teve metástase. A próxima etapa seria a quimioterapia. Quando eu soube, chorei. Tive medo de perdê-lo para o tratamento e não para a doença, nem me lembrava dela direito. Mas respiramos fundo para a próxima batalha que prometia ser pedreira. Fomos todos, com fé. Ah, a fé...nosso sustento, nossa fortaleza.
Meu avô chegou a ser internado algumas vezes por conta de obstrução urinária, usou sonda por um tempo. Meu avô chorou e se emocionou com nossas visitas. Nunca imaginei que veria meu avô chorar. Mas isso se tornou comum. A quimioterapia tirou dele a força e deu lugar a um cansaço sem fim. E tirou seus cabelos pretos. Quando eu soube, chorei.
Mas nem a quimioterapia nem a doença tiraram dele a vida e nem a fé. Na última vez que o visitei encontrei a Bíblia em cima da mesinha da sala. Ele assistia a missa na Tv Aparecida. E me lembrei que meus avós são meu maior exemplo de fé e perseverança. E isso é para sempre.
Enquanto há fé, há esperança. Enquanto houver vida, haverá fé e esperança. E quando não houver vida "física", ainda assim haverá fé e esperança na Vida Eterna.
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Meu avô tem câncer. E não é de hoje. A doença foi descoberta em 2007 se não me engano. E quem leu o diagnóstico pela primeira vez foi minha mãe, a filha. Agora imagina o que é dar uma notícia dessas para o seu próprio pai. Foi preciso medir palavras, pesar as frases a serem ditas e conter a emoção. Mas as palavras precisam ser ditas sempre (ou quase sempre).
Logo o meu avô, o Seu Manuel, tão forte e jovial. Não aparentava a idade que tinha seja pela sua força ou pelos cabelos pretinhos, no auge dos seus 70 e alguma coisa. Logo o meu avô, sisudo e sério. Eu tinha medo dele quando pequena, mas conforme fui crescendo, aquele carinho de neta cresceu junto. Afinal, como não admirar um feirante que criou duas filhas, que as viu crescer, se formarem, casarem e terem filhos. Que está vendo seus netos crescerem e irem pelo mesmo caminho, caminhos corretos, de bem. Mas a doença (seja ela qual for) não escolhe seus "alvos". Infelizmente.
Ao longo de mais ou menos 5 anos, o câncer não influenciou em nada em nossas vidas e muito pouco na do meu avô. Ele fez radioterapia e depois hormonioterapia e tudo estava sob controle, doença devidamente controlada e atividades normais. Quem se lembrava que ela estava lá? Ninguém. Seu Manuel subia em árvores, plantava e colhia, dirigia com seus 80 anos. Tinha gente que nem acreditava. E seus cabelos? Pretos.
De repente, o tal do câncer ressurgiu, violento. De um jeito que não conhecíamos. Aquela doença não parecia mais silenciosa, ela fez questão de gritar em nossos ouvidos que estava bem ali. E em mais alguns lugares. Meu avô teve metástase. A próxima etapa seria a quimioterapia. Quando eu soube, chorei. Tive medo de perdê-lo para o tratamento e não para a doença, nem me lembrava dela direito. Mas respiramos fundo para a próxima batalha que prometia ser pedreira. Fomos todos, com fé. Ah, a fé...nosso sustento, nossa fortaleza.
Meu avô chegou a ser internado algumas vezes por conta de obstrução urinária, usou sonda por um tempo. Meu avô chorou e se emocionou com nossas visitas. Nunca imaginei que veria meu avô chorar. Mas isso se tornou comum. A quimioterapia tirou dele a força e deu lugar a um cansaço sem fim. E tirou seus cabelos pretos. Quando eu soube, chorei.
Mas nem a quimioterapia nem a doença tiraram dele a vida e nem a fé. Na última vez que o visitei encontrei a Bíblia em cima da mesinha da sala. Ele assistia a missa na Tv Aparecida. E me lembrei que meus avós são meu maior exemplo de fé e perseverança. E isso é para sempre.
Enquanto há fé, há esperança. Enquanto houver vida, haverá fé e esperança. E quando não houver vida "física", ainda assim haverá fé e esperança na Vida Eterna.
Linda suas palavras, fiquei emocionada ao ler, tão sábias para tão pouca idade.
ResponderExcluirParabéns.