Desabrochar

Naturalmente fiz um paralelo com a vida e o tempo. Esse lírio do vento foi semente que meu marido plantou, regou e cuidou. Por muito tempo parecia um pé de cebolinha, demorou a florir. Casamos e veio ser nossa plantinha. Essa é a primeira flor a que assisto desabrochar, afinal nunca tive muita intimidade com plantas, mas estou decidida a tê-las e cultivá-las, dando vida à casa e vida à vida.
Tempo ao tempo, assim é a vida, cuidado consigo mesmo, com os demais, tudo parece levar uma eternidade até se concretizar e de repente o desabrochar acontece a passos largos diante dos nossos olhos. E então desejamos que o tempo passe mais devagar. Nessa contradição, mais uma vez nos é revelado que a vida é processo, é mudança, é inconstante, e não resultado, finalidade. A vida acontece no durante, por isso temos que apreciar as esperas, a maturação do botão. O desabrochar e a flor premiam a vida que já pulsava. Vamos cuidar das nossas plantinhas e apreciar os nossos botões, as flores são consequência. Para desabrochar precisamos viver.
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