Texto esquecido nos rascunhos
Texto do dia 04 de fevereiro de 2013. Estava ali esquecido no rascunho dos meus emails. Hoje o reli e trouxe aqui para o blog (que naquele dia ainda não existia). Meu emails às vezes também foi divã antes desse espaço e até hoje para o caso de textos impublicáveis! ;)
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Acho que não sofro da síndrome do Peter Pan, não cheguei a esse ponto, mas confesso que tenho tido dificuldade para crescer. As pessoas podem dizer, "Nossa, você ainda é muito nova, ainda tem muita coisa pra viver, não ta velha coisa nenhuma", mas por mais que eu tente está difícil de acreditar. 22 anos já se passaram e, às vezes, a sensação que eu tenho, é que tudo passou num sopro. Parece que não curti cada segundinho, não absorvi ao máximo o tempo, os lugares, as pessoas. E tenho provas disso! Provas que fizeram eu me sentir assim, meio coroa, meio jovem, achando que to desperdiçando vida pelos cantos, pelos anos.
Estou me formando. Acredite, pelo menos 4 anos já se passaram desde aquele dia em que eu voltava em pé no metrô suja de tinta da cabeça aos pés. As pessoas me olhavam, mas eu não tinha vergonha, eu tinha orgulho, estava na Federal, estava vivendo um sonho que sonhava desde a 7ª série, ou seja, há 6 anos atrás naquele dia, há 10 anos atrás hoje. O trote não foi traumático, eu estava ali com um sorriso incrível, era felicidade pura. Pisquei e quando abri os olhos estava aqui a uma semana do Carnaval, a umas três para entregar a monografia e um mês para apresentar a bendita. Fiz hoje os pré-convites para a banca e recebi o primeiro sim. Tive que fazer força para conter a lágrima que insistia em descer pelo cantinho do olho esquerdo. Aí eu pensei: "Não! Agora não. Poxa, mas já?!"
Depois vem aquele sentimento de culpa: "Se toca! Caso você não tenha percebido, você já é adulta, isso mesmo adulta. E logo logo você vai ter um emprego, essa vida de estagiária, de mascote ta acabando". Custo a acreditar, às vezes não me sinto madura o suficiente, será que estou preparada? Se cheguei até aqui é porque de alguma forma eu tinha os pré-requisitos (eu tentando me consolar) e se já rodei o Rio de Janeiro todo, se acordava de madrugada, pegava trem lotado é porque chegaria em algum lugar, no futuro. Descobri que o futuro é um logo ali de beca. "Mas o que você quer ser quando crescer?" "Não sei, acho que eu já cresci e nem vi."
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No último dia 11 de março ouvi o segundo "Débora, bem vinda à vida adulta!". (O primeiro foi na formatura. Bateu uma saudade-mega agora, relembrando... Um passinho de cada vez e continue a nadar, continue a nadar...)
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