Enfim, O Anjo Pornográfico

O Anjo Pornográfico. Esse é o título do livro que eu acabei de ler, título que eu tinha vergonha de exibir no trem! Isso porque as pessoas simplesmente associam com pornografia de verdade, o que não é beem assim.

Tive dificuldades para ler esse livro. O conheci através daquela sugestão "livros que todo jornalista deve ler" de uma professora na faculdade em 2010. Ele ficou rolando no armário até que eu começasse aquela leitura do tipo começa-para. Durante a greve, no segundo semestre do ano passado, dei um "gás" de algumas páginas e depois parei de novo. Monografia a vista, stop everybody.

O livro era tão somente mais um item na minha mesinha de cabeceira (e para ser bem sincera, só estava ali para amortecer o vibrar do meu celular despertando). Com o fim da faculdade e a a constante pressão para tirar aquela "coisa" dali, retomei de fato a leitura até que... Querido John surgiu em minha vida, me levou e conquistou.

Depois disso, me obriguei a terminar O Anjo Pornográfico, mesmo já com o próximo livro em mãos. =) O estranho de tudo isso é que não é um livro ruim, mas talvez eu tenha dificuldade de ler biografias. (Comecei Chatô, a biografia do Assis Chateaubriand, para um seminário. Fiquei doente no dia da apresentação e não terminei de ler até hoje. Talvez o problema sejam os personagens, muitos densos, cheios de histórias e mega influentes não só no Jornalismo, mas na política e até na história do país.)

O anjo pornográfico nada mais é que Nelson Rodrigues, alguém que eu conhecia bem pouco ou quase nada. O texto do autor, Ruy Castro, é muito bom, cheio de detalhes, histórias e até diálogos (o que me surpreendeu um bocado!). Curioso ou não, é que as partes mais legais do meu ponto de vista eram a do jornalista e não a do dramaturgo irreverente.

Uma família grande, cheia de personagens tão influentes quanto o próprio protagonista (vide o exemplo de nada mais nada menos que Mário Filho, que dá nome ao Maracanã e de certa forma criou o jornalismo esportivo como conhecemos e dedicou-se a ele como até então nunca havia ocorrido).

Os acontecimentos vão se encaixando e tudo fica bem amarrado e é possível entender um pouco do perfil do Nelson Rodrigues que colecionava inimigos e tinha seus amigos do peito. Era mulherengo que só, mas tinha um coração gigante. A maneira como ele e diversas situações são descritas, mostram uma pessoa afetuosa e realmente preocupada com os demais. Isso foi o que mais me impressionou.

Para os amantes de biografias, de Jornalismo, de Teatro, de História, de Política etc, vale a leitura. Esse livro é de fato multidisciplinar!

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