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Mostrando postagens de 2014

Não me despedi, que bom que foi assim

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Um ano se passou e só agora entendo porque é tão difícil acreditar que o senhor foi embora. Não nos despedimos. Estive no hospital, rezei pela sua melhora, chorei suas dores. Mas em nenhum momento disse adeus e que bom que foi assim! Isso só demonstra o quanto a esperança esteve presente em nossos corações. A confiança na Providência Divina e a fé de que a vontade de Deus se cumpriria nos mantiveram firmes e cheios de amor. Também estive no velório e enterro, mas não me despedi. Isso só comprova que somos muito mais que esta vã existência física. O que o senhor representa para nós vai além, são experiências, momentos, conversas que hoje se traduzem em saudade. Ter a sensação de que o senhor não foi embora já é mais suave e reconfortante. Essa despedida não precisava mesmo acontecer porque as fotografias eternizam sua aparência física enquanto a memória traz as lembranças do que sua vida representou nas nossas. Família nos 80 anos do vovô! Ele faleceu ano passado, aos 81

Felicidade Roubada

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Felicidade Roubada , de Augusto Cury, vai muito além de um simples livro de auto ajuda (sem, é claro, desmerecer o gênero). Mais uma vez o psiquiatra utiliza-se de um enredo comum ao nosso dia a dia para desvendar alguns dos mistérios da mente humana. Dr. Alan, um conceituadíssimo neurocirurgião, sempre cheio de compromissos, entre cirurgias, redação de artigos e palestras, parece nunca ter tempo para sua esposa e filha. Um dos dramas da sociedade moderna, quando o trabalho se sobrepõe à família e a tantas outras questões importantes. Em um determinado momento, no entanto, a mente do médico o sabota e começa a demonstrar sinais de esgotamento. Ele começa a perder o controle sobre suas emoções. O início me pareceu um pouco clichê, mas é justamente no desdobramento do problema até a sua solução que se encontra a riqueza do livro. Augusto Cury utiliza argumentos científicos para respaldar todo o tratamento pelo qual Dr. Alan passa. Ao longo da história identifiquei expressõ...

Garota Exemplar

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Surpreendente. Esta é a melhor palavra para descrever Garota Exemplar , de Gillian Flynn. Pequenas e grandes surpresas são os principais ingredientes do livro e se espalham ao longo das 443 páginas. Sempre que os conflitos parecem finalmente se desenrolar, nova surpresa. Além de dar fôlego à história, prende a atenção do leitor, que fica sedento por mais revelações. Garota Exemplar conta a história de Amy Dunne, que desaparece no dia do seu quinto aniversário de casamento com Nick. Todas as pistas levam a crer que o culpado é o marido, mas muitos pontos de interrogação surgem ao longo da narrativa. Afinal, como diz a contracapa, a verdade não é o forte do casal. O livro é narrado em capítulos que intercalam a fala de Nick no presente e os relatos do diário de Amy no passado, até os dois pontos de vista se encontrarem. Em meio a todos os detalhes que se desdobram ao longo das investigações, os perfis dos personagens são construídos e desconstruídos, o que provoca no leitor uma mistu...

Filme: Ela (Her)

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Não tenho o hábito de assistir filmes, mas um professor indicou Ela ( Her ) e depois de ver o trailer fiquei bem curiosa. O longa ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original ano passado e recebeu indicações para vários outros prêmios. A história problematiza as relações do homem com as novas tecnologias e o papel que elas ocupam em nossas vidas. No filme, há um mistura de elementos do passado e futuro. Vive-se em uma realidade futurística, com videogames supermodernos, telefone celular que cabe no ouvido e conversa com o usuário. Ao mesmo tempo, o figurino e caracterização dos personagens remete à década de 70, calça de cintura bem alta e bigodes. Contradições. O personagem principal é Theodore (Joaquin Phoenix), um escritor solitário que começa a se relacionar com Samantha (Scarlett Johansson), um Sistema Operacional. O roteiro traz para as cenas uma verdadeira reflexão entre real e virtual, sobre os limites (ou a falta deles) quando o assunto é tecnologia e de que forma nos r...

Há esperança

_ Bandido não existe _ disse um menino de uns 4 anos no metrô. _ Existe sim _ retrucou a avó. _ Como existe, se eu nunca vi? _ respondeu. _ Graças a Deus você nunca viu... Todos os dias temos que rezar por eles para que conheçam a Deus. O diálogo me trouxe um fio de esperança. Esperança nas novas gerações e na fé que nos sustenta e faz acreditar em dias melhores.

A Menina do Vale

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Mais uma folguinha nos estudos e li o primeiro livro da Bel Pesce: A Menina do Vale . Leitura agradável, fácil, gostosa. Alguns erros de concordância me incomodaram (Alô, revisão!), mas nada tão gritante. E fica a certeza de uma menina encantadora, focada e que trilha um caminho sem volta para o sucesso. Em A Menina do Vale , Bel reúne conselhos para empreendedores que desejam criar suas stratups, características e visões de mundo que ela considera primordiais para entrar de cabeça em um novo negócio. Com base nas suas experiências no Vale do Silício, a autora indica leituras sobre empreendedorismo, conta histórias de sucesso com as quais teve contato nos Estados Unidos e no Brasil e motiva os leitores. O livro está disponível gratuitamente na web e li em apenas três viagens. É um manual de boas práticas e dicas para quem deseja ser empreendedor, por isso não se aplica muito a minha realidade atual. Mas, independentemente disso, é uma bela injeção de ânimo e motivação para perseg...

Manifesto do agora

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A partir de agora me comprometo a deixar de lado tudo o que me angustia, tudo o que me faz mal. Deixo de lado o tempo perdido em pensamentos vãos. Deixo de lado o tempo perdido sofrendo pelo futuro que ainda não veio. A partir de agora, começo a me concentrar nas atitudes do hoje que vão construir o futuro que almejo. Me comprometo a concentrar meus esforços em metas palpáveis e em alcançá-las tendo em mente objetivos maiores. Não desejo viver num eterno imediatismo (este que tem dominado as relações humanas), mas ter a consciência de que não existem passado ou futuro sem que se viva o presente, sem que se faça dele um período fecundo.

Ah, o amor...

Falar de amor é complicado porque é daqueles sentimentos que não se explica. As pessoas criam teorias fazem pesquisas e inventam mil razões para o que não tem razão. Para quê tornar exata uma ciência que é da ordem do sentir? O amor é quase instintivo. Você vai saber quando acontecer com você. Se alguém diz que amar não dói, é mentira. O amor é sim esse tal sentimento sublime, mas dói. Você entende o porquê disso quando o ser amado sofre e você sofre junto. Quando ele passa por um problema e seu coração se angustia e nessa condição permanece enquanto a solução não vem. Mas amar faz sorrir. O riso do outro é o seu riso. A sintonia faz os pensamentos se cruzarem e as atitudes mais improváveis se tornam comuns. O sorriso brota espontaneamente nos lábios ao ver o ser amado, ao rever aquela foto de um momento que vocês dois dividiram. Amor é doação, é renúncia. Você se doa e quando se dá conta esqueceu de si mesmo. Amar é quando duas vidas batem dentro de um único peito. É deix...

Sobre amor próprio

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Ando reflexiva nos últimos tempos. Fico pensando no quanto me deixo de lado pelos outros e por mil e uma situações. Na escala de prioridades sou sempre a última. E cheguei à conclusão de que talvez isso esteja me fazendo mal. Pensar no próximo é um gesto nobre, mas esquecer de si mesmo é cruel. Pensar em mim mesma não é um gesto de egoísmo, mas sinal de amor próprio. Este anda perdido há algum tempo. Como sentir-se segura sem antes reconhecer suas próprias qualidades? Se não nos valorizamos, como esperar isso de outras pessoas? Isso não é egoísmo, é amor próprio. Amar a si mesmo e buscar sermos melhores seres humanos é uma atitude individual. Quando nos amamos e valorizamos, isso transparece , inspira e atrai. Depois que li a frase acima concluí que não posso esperar ser valoriza e amada para me sentir feliz comigo mesma. Uma boa dose de amor próprio pode ser a fórmula da felicidade. A partir do momento em que estiver feliz comigo mesma, poderei me abrir para o mundo, com sua...

Passaram-se seis meses

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Passaram-se seis meses desde que o senhor foi embora. Nem parece que já tem tanto tempo. Ou melhor, nem parece que o senhor se foi. A vida continuou com sua correria, seus compromissos, objetivos, percalços, sorrisos e lágrimas. As lembranças ainda nos são muito vivas porque o senhor vive em nós, nas datas comemorativas em que sua ausência grita diante de nossos olhos e em nossa memória, quando lembramos do que partilhamos juntos. Mesmo diante da tristeza que sua falta física nos traz, temos ainda duas alegrias maiores. Em primeiro lugar, a memória que nos leva à convivência em Araruama, às visitas em nossa casa, aos sorrisos que a vida nos proporcionou. E em segundo lugar, a certeza de que temos junto de Deus alguém que olha por nós de lá do céu, dá aquela "forcinha" quando necessário e abençoa nossas vidas e escolhas. Obrigada vovô Manuel. Obrigada pelos exemplos que o senhor deixou, pelo legado de um homem de fé, pelo seu trabalho, honestidade e pela família onde estou...

Procuram-se super-heróis

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Não resisti, confesso. Estava sofrendo de abstinência de leitura e me rendi a um dos livros que "comprei" gratuitamente na Saraiva online. Tenho acesso a eles através de um aplicativo para celular ( Saraiva Reader ), mas que também pode ser baixado para desktop. Aproveitei a semana de folga do curso, os dias livres que me concedi e devorei Procuram-se super-heróis , da Bel Pesce, em algumas viagens casa-trabalho-casa. Conheci a Bel Pesce há uns dois anos no programa da Ana Maria Braga. Me encantei com sua história, pesquisei sobre seu livro "A menina do vale" e até sobre empreendedorismo. Baixei a versão gratuita do livro, mas não li. Há pouco tempo soube que ela estava lançando o segundo,  Procuram-se super-heróis , e que estava disponível na Saraiva online por R$ 0,00. Fui lá e adquiri. A leitura é muito fácil e acessível. A autora fala de pequenas habilidades que têm o poder de nos transformar enquanto pessoas e mudar nosso modo de ver o mundo e aqueles q...

Saudade do futuro

Acaba de bater aquela saudade, aquela que vai lá no fundo do coração fazer cosquinha e desassossegar o peito. Uma saudade de futuro, do que está por vir, do que desconheço. Pode parecer estranho, mas me soa tão normal. É o anseio pelos sonhos que ainda não conquistei, pelas viagens que não fiz e pessoas que ainda não conheci. É um desejo de voar (sentimentos vem e vão, já falei sobre esse voo antes ). Desejo de viver uma vida inteira, de viver para sempre e carregar comigo todos aqueles que amo. Uma vontade de ser tudo o que sonhei e sentir aquela completude que acalma a alma. Sentir a leveza do dever cumprido, respirar fundo e notar borboletas no estômago batendo suas asinhas com alegria. A sensação é de que no futuro está a solução para todos os problemas do presente. É o lugar comum do final feliz, dos sonhos alcançados e metas cumpridas. Mas por que não fazer de cada dia um novo futuro? Por que não perceber nas pequenas coisas nossas realizações e conquistas diárias? Sonhar gra...

Cansaço

O corpo anda cansado A mente em descompasso Um dia de cada vez, diria o ditado E se a fé remove montanhas Mais que isso, renova esperanças Queria fechar os olhos e não ver Mas como na escuridão não se perder? Queria a adrenalina De virar ali na esquina De sonhar mais alto Um sonho melhor ainda Enquanto sonhos não viram realidade, tento fazer poesia Entre palavras de desabafo recito minha agonia

Em um relacionamento sério com as tecnologias

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No início de dezembro passado esqueci meu celular em casa e até escrevi um post sobre isso, sobre a experiência de ficar 12 horas sem o aparelho e suas funcionalidades por perto. E há tempos tenho notado meu apego às tecnologias, telas e redes sociais. Noto que na maioria das vezes meu acesso é automático. Não estou procurando nada, é apenas o vício de "dar uma olhadinha", de querer abraçar o mundo e não perder nenhuma possível novidade. Tenho consciência do quanto isso é ruim. Prova disso é que em tempos de monografia me desconectei por algumas semanas e não tive qualquer trauma. Ganhei mais concentração e o trabalho andou. Há algumas semanas fiz o mesmo: cinco dias sem redes sociais. Foram experiências curtas, mas que mostram o mundo que existe do outro lado da tela. Tenho tido essa preocupação não só com a minha relação com as tecnologias, mas com tudo o que essa dependência provoca nas relações humanas em geral. Vejo crianças ainda muito pequenas vidradas nas telinhas...

Releitura: A menina que roubava livros

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Esse ano não será feito somente de releituras, mas elas têm se mostrado fan-tá-ti-cas! O tempo passa e nossa visão muda, nosso jeito de ler e interpretar pela segunda vez traz novas percepções. A releitura de A menina que roubava livros , de Markus Zusak, era obrigatória, mas tornou-se urgente quando vi que o filme estava prestes a ser lançado. Queria reler antes de assistir o longa. Lembrava que tinha gostado do livro e que o seu iniciozinho foi uma leitura árdua da primeira vez (fins de 2008, início de 2009). Tinha um quê de histórico, nazismo, campos de concentração e uma menina que lia no porão, enquanto os bombardeios aconteciam lá fora. Isso foi o que ficou na memória. Agora, vejo uma narrativa construída de modo incrível não só por um, mas vários motivos. O primeiro, e um pouco óbvio, é que o narrador é nada mais, nada menos que a própria morte. Esse personagem que permeia as nossas vidas e com o qual nos encontraremos no fim, cheio de mistérios, crenças e superstições....

Feedly é vida!

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Embora conhecesse sua existência, nunca tive o hábito de utilizar leitores de RSS. Por isso, quando o Google Reader morreu, não fiquei nem um pouco abalada. Vi uma profusão de posts nos blogs da vida lamentando o fim do produto da Google e sugerindo outras opções tão funcionais quanto a extinta. Foi nessa época que ouvi falar sobre o tal do Feedly, mas nem procurei saber mais detalhes. Meses depois me dei conta de que estava frequentando muitos blogs e acabava me perdendo, esquecendo os endereços, esquecendo de colocar nos meus favoritos... Enfim, uma desordem só! E percebi que era hora de simplificar a vida com um leitor de RSS. Conhecia a teoria do seu funcionamento, mas nunca tinha experimentado. Agora me pergunto: por que nunca havia utilizado uma ferramenta dessas antes?! Procurei pelo Feedly e o acesso foi simples, através de uma conta do Google. E depois, só alegria! Fui agregando os sites e blogs que gosto e agrupando cada um deles em categorias de acordo com os seus res...

Desabafo de uma carioca

Morar na dita cidade maravilhosa está a cada dia mais difícil, mais frustrante. Nada funciona. Somos reféns de um sistema de transporte sucateado. Somos vítimas de governantes corruptos que andam de jatinho e jamais entrariam em um Japeri lotado ao entardecer. Moro em uma rua esquecida pelo poder público porque por lá não passam gringos. Mas o IPTU chega pontualmente e aumenta a cada ano. Preciso sair horas antes para os meus compromissos porque nunca sei se vou demorar mais do que o previsto. Não saio de nenhum lugar sem antes fazer xixi pq não sei que imprevistos posso encontrar pela frente. O trem atrasa, o metrô fecha, a Brasil vive parada. Hoje tinha manifestação. Aparentemente pacífica e por uma causa que defendo. "Queremos trens padrão Fifa" . Mas tive medo e não prossegui até o outro lado do Choque e das roletas. As pessoas começavam a passar para o lado de lá sem pagar. Já imaginei a confusão se formando e bati em retirada com medo de pancadaria e spray de piment...

Releitura: A Culpa é das Estrelas

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Acho que nunca reli um livro dentro de um espaço de tempo tão curto! Li a versão em pdf de A Culpa é das Estrelas em agosto e escrevi sobre ele  aqui no blog. E em dezembro ganhei de presente do namorado (que não sabia que eu já tinha devorado esse livro) com direito à dedicatória e tudo, por isso não pude trocá-lo. Mas como gostei, não seria nenhum sacrifício reler. E foi o que fiz. Agora compartilho por aqui algumas novas considerações. (Reler é um belo exercício! Foi muito bom ter a oportunidade de compreender melhor a trama e seus desdobramentos.) - Gus, um dos personagens principais, destaca e repete muitas vezes o quanto para ele é importante ser lembrado mesmo depois da morte . É claro que nem todos vamos ser mártires, grandes pensadores ou matemáticos. Mas é claro que todos deixamos nossas marcas. E é por nossas atitudes que somos lembrados. Taí um bom motivo para ser do bem! - Os personagens vivem no limite entre vida e morte , bom humor e pessimismo. Esses al...